Ele se foi e eu nem dei por sua partida
Ele se foi. Tentou avisar-me mas eu não vi, absorvida em minhas próprias situações cotidianas. Talvez eu pudesse tê-lo convencido a ficar. Talvez não. Não sei dizer. Ele parecia bem. Mas acho que não estava tão bem assim. Sabe? Quando a gente tenta se mostrar feliz mas o sorriso agarrado no rosto dura tempo demais e quem está recebendo sente que não é de verdade? Espero que seja. Ele é meu amigo. E é um sonetista dos bons. Perdemos todos com sua saída. Especialmente quando os poemas são meios de transporte para, mesmo que por um momento, um lugar silencioso.
Eu não sou poeta (ou poetisa). Escrevo muito pouco, sem me arriscar muito e sei que não desenvolverei essa coisa mais do que consigo. Então, de vez em quando venho aqui e deixo umas bobagens. Mas ele trabalha o texto e faz isso muito bem. Espero que volte. De vez em quando eu ia lá reler algum soneto, mas agora não dá mais. Não estão lá. E a gente não pode salvar, né?
Então fica a minha homenagem atrasada. Ao poeta Erreve, minha admiração (Mesmo que em alguns casos eu não tenha conseguido entender tudo o que estava proposto ali. Não importa. Poesia é assim. É como música ou outra forma de arte. Toca um e não toca o outro e está tudo bem). Até logo. Quem sabe você volta, numa dessas voltas da vida?