Feliz dia da poesia
Escrever salva meu dia.
O que está na alma transborda no papel.
É assim quando não se tem mais como transbordar nos olhos.
Quando a ansiedade chega e bate meu coração no ritmo descompassado dela, saibam, ela não teve aulas de música, nem sabe rítmica.
A ansiedade não sabe dançar, tem dois pés esquerdos, ela chega descompassando tudo, a poesia vem e organiza, orquestra, perfeita maestrina!
Como nos versos de Carolina Deslandes…
Muitas vezes não sei se eu tenho ansiedade ou ela que tem a mim.
Já tentaram calar minhas letras algumas vezes, cheios de “boas intenções”.
“Vá ao terapeuta!”
Como se eu nunca tivesse ido…
“Por que você está exposta assim?”
“Você fala demais!”
“Mas na sua idade?”
Cegos, a minha fraturada alma exposta na cara deles.
“Pensei que você mais forte!”
Besteira de achar que ser forte é não demonstrar fragilidade, enquanto chora escondido no quarto escuro.
Muitas vezes estou no quarto, o medo pode estar lá, mas a coragem também, levanto com medo mesmo.
Quando você encontra comigo nas praças e bares, houve o primeiro passo, provavelmente houve uma poesia que escoou o medo e deu uma
âncora de coragem.
Assim eu cheguei até aqui, filhos lindos, casa amorosa.
A quem interessa o que eu escrevo? Nem sei, mas escrever é processo de cura para mim.
Se alguém tem identificação, bem!
Não tem? Boa sorte, busque algo satisfatório, porque eu busco, eu faço, as consequências são pagas por mim, as contas também!
Feliz dia da poesia, despoetizando aqui!