A Arte, e o Novo Tempo 40

Como que derramado o vinho, símbolo do sangue, da vida, do Vaso de Pithos, que Pandora abriu, deixando escoar o vinho, os males do mundo, ficando somente um poucoxinho, o odor da bebida, a esperança.

Era assim o aspecto anímico, o semblante do protagonista, ao ver aquela gente aflita saindo de cena.

Não cultivava mais pela fala o lamento, mas como que esvaziado dos males, o pavor e insegurança do início.

Aquela lamúria da incerteza quanto ao devir do novo tempo.

Olhava para o nada num semblante exaurido da dor, aspecto assentado num agora significado, mesmo que em potencial.

O menino, e todo movimento simbólico de significado que o jovem se submeteu, incluindo a finalização caótica provocada por sua gente, resgatando-o .

O espelho cósmico apresentou aos seus olhos, o seu ego experimentado no confronto com o inesperado, deu-lhe a chance de esperançar um futuro para a arte no novo tempo.

O jovem, e o despertar, que, saindo nas condições que saiu de cena, representava, também, o vaso de barro, a personalidade esvaziada das ignorâncias e dos males que o tornava ausente de si, inábil para arregimentar as habilidades para lidar com o mundo, o egoísmo.

Havia enxertada a esperança nos olhos do protagonista, o afã de que o jovem havia se esvaziado dos fantasmas que o afligia, que, desperto de si, pegaria-se pela mão como guerreiro com a espada de dois gumes; a sabedoria, os valores e as virtudes

Esvaziar-se da ignorância. Encher-se de sabedoria, valores e virtudes.

Isto seria o processo de vida.

Que viesse a primavera, o vinho novo, o Divino a encher o vaso em prol da Arte.

Esperança do preenchimento do crescimento interno do homem em prol de si mesmo, da humanidade, da arte, do belo, da cultura de mundo.

Os fatos externos, consequência. O que importava doravante, era o trabalho interno.

A esperança estampada no olhar do protagonista, era: "O que ele vai ser? " " O que eu irei ser? "

A primavera, o florescer na alma humana não ocorre por acaso, mas sim por um ato de vontade.

As plantas são na época certa, mas no homem, depende de sua vontade, quando ele quer, quando ele pode florescer.

Há nele imperioso o livre arbítrio, e as emanações provindas do seu campo intuitivo, que é superior.

Dormirão o sono dos justos. Estarão fazendo o seu melhor.

Márcia Maria Anaga
Enviado por Márcia Maria Anaga em 15/03/2023
Código do texto: T7740685
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