A Caixa

Todos os dias

Crio um lugar vazio

Dentro de outros lugares

Sufocada pela multidão

Acomodo-me

Respiro

Fecho os olhos

Recomeço

No parcial silêncio

Olho ao espelho

E nada está fora do lugar

Mas o lugar me persegue

Torna-se longe

Apertado

Áspero

Barulhento

Deixando-me

Desnivelada

Abro os olhos

Ponho-me a caminhar

Imaginando ter diversas árvores

Que existem isoladamente

Me puxa pra dentro da caixa

Então, sinto o ar fresco

E o prazer da brisa gelada

O sol penetra na pele

E já não penso mais aqui

Viajo para outros lugares

Não sairei, por comodidade

Mas, dela fiz o meu solitário lar

Retirar-se é a minha urgência

Silenciar é calmaria

Basta-me assim

Nada me falta

Nada

Lorena Borba
Enviado por Lorena Borba em 13/03/2023
Código do texto: T7739582
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