O alto divino
Quero o desprendimento da existência. Voar como Ismália, pender os motivos de se estar vivo pro alto. O dinheiro e a filosofia não sustentam. Sinto-me ávido por algo maior, mas, esse algo maior não pode emanar de mim. Dizem por aí que Deus pode nos satisfazer. Não sei, mas acredito no poder do viés cognitivo. Talvez a transcendência seja um demônio psicótico, amarrotado nos anseios do desejo. O ascetismo, a meditação e a disciplina podem me guiar; será Deus o autocontrole? Uma espécie de provação açoitando à carne e os pensamentos? Já não compreendo nada a não ser as incógnitas. Vivendo no titubear da reflexão, gradualmente entendo: como Ismália desejo pender, não como o mar que a matou, mas o hospício das loucuras ideias vindas do alto.