Vida cabocla
Moramos as margens do rio, contemplando as águas do gigante rio Amazonas, em partes turvas pelo fenômeno das terras caídas ou morena tingida pela folhagem dos igarapés, igapós acumuladas no seu leito.
Aqui, enfrentamos a inundação na sua força leva a plantação renovavando os nutrientes para a nova safra. A água vem subindo, e com ela se faz preciso se adaptar, mudar a casa para um ponto mais alto.Nesse projeto chamamos nossos engenheiros, pescadores, artesãos que com suas engenhocas, engatam suas talhas cordas,vigas e força.
O barulho das engrenagens ,o grito da mulherada, a orientação do mestre da obra, a alegria da dona da casa.
No verão, a paisagem renova, o roçado que brota , milho, melancia, banana essas coisas gostosas que plantamos as margens do rio.
O lago lá no fundo do terreno, esconde o bodó, curimatã, tucunaré,tambaqui pro almoço do puxirum da farinhada.
A vida do caboclo ribeirinho é agitada. O gado que foge, a canoa que o banseiro leva, a ponte que desmonta, a colheita que espera o atravessador.
Eita! Que o caboclo sofre de baixo sol e se alegra no colo de sua morena deitado em sua rede nas noites de luar.