Efusão
Quando faltam palavras, é porque o coração não digeriu o horror
A garganta secou, as lágrimas secaram, tudo simplesmente acabou
Resta a sede da angústia na busca de refrigério para suprir as águas
Mas não há líquido para matar a sede de quem tanto se esforçou
A água desce e escorre pela face com o sabor profundo da frustração
Como a dúvida de quem perdeu aquilo que nunca chegou a ter
Tudo se perdeu, esvaiu. Transformou-se em pó levado rápido no ar
Uma aflição de sentimentos presos num furacão que tudo destrói
Resultado de quem não tem paz nem ao deitar e nem ao levantar
Presa pelas grades da mente assombrada pela própria história
E na fragilidade da dor e do genuíno sofrimento, descobre que
O medo não leva a lugar nenhum, apenas ao buraco negro da alma