Somente-nada.
Eu fui o bobo que acreditou no amor. Sonhei com dias ensolarados e sorrisos largos, com beijos roubados e mãos dadas. Pensei que as paixões que me moveram durariam para sempre, que o amor era uma promessa que jamais seria quebrada. Mas eu estava enganado. Descobri que nem tudo é belo e flor. Que as paixões podem ser passageiras e que o amor pode ser frágil. As paixões que outrora me moveram se foram como um vento frio, deixando em mim apenas a mágoa. E um vazio sem tamanho que me esvazia.
Talvez a vida seja assim mesmo. Um jogo de escolhas e desilusões. E eu, um mero joguete em seu esquema, dançando conforme a música das emoções. Cada passo, cada escolha que faço, moldam meu destino. E eu sou apenas um espectador, assistindo à minha própria história se desenrolar diante de meus olhos.
O que resta em mim é um vazio profundo. Uma solidão que me devora lentamente. Mas que, estranhamente, me traz um pouco de paz. Paz que encontro quando contemplo silenciosamente meu somente-nada. Um lugar onde as emoções não têm poder sobre mim. Onde posso me permitir ser apenas eu mesmo, sem medo de julgamentos ou decepções.