Somente-nada.

Eu fui o bobo que acreditou no amor. Sonhei com dias ensolarados e sorrisos largos, com beijos roubados e mãos dadas. Pensei que as paixões que me moveram durariam para sempre, que o amor era uma promessa que jamais seria quebrada. Mas eu estava enganado. Descobri que nem tudo é belo e flor. Que as paixões podem ser passageiras e que o amor pode ser frágil. As paixões que outrora me moveram se foram como um vento frio, deixando em mim apenas a mágoa. E um vazio sem tamanho que me esvazia.

Talvez a vida seja assim mesmo. Um jogo de escolhas e desilusões. E eu, um mero joguete em seu esquema, dançando conforme a música das emoções. Cada passo, cada escolha que faço, moldam meu destino. E eu sou apenas um espectador, assistindo à minha própria história se desenrolar diante de meus olhos.

O que resta em mim é um vazio profundo. Uma solidão que me devora lentamente. Mas que, estranhamente, me traz um pouco de paz. Paz que encontro quando contemplo silenciosamente meu somente-nada. Um lugar onde as emoções não têm poder sobre mim. Onde posso me permitir ser apenas eu mesmo, sem medo de julgamentos ou decepções.

Eduardo Salarini
Enviado por Eduardo Salarini em 05/03/2023
Código do texto: T7733152
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