O homem na escada
O homem na escada, perante os degraus da escada, sozinho pensava, desta maneira nada falava, nem sequer imaginava, raríssimas ideias absurdas, que outrora permaneciam caladas, sussurros dos ventos, fluir sobre as águas, um indefinido conto sem fim, assim você me diz, o homem na escada, na escada da casa, na escada estava, os olhos fixamente na escada. O homem na escada, as estrelas avistava, no amor suspirava, teu perfume exalava, na escura noite de outono, imensidão do perfeito infinito, tudo é simplesmente bonito, belíssimo esplendor. O homem na escada, na amável imensidão sonhava, uma palavra viva ditava, delirantes versos criava, no som da finíssima canção, naquela mais correta expressão, o homem na escada, a vibração que emanava, todos os teus aguçados sentidos, ali estando solitário, nos degraus parado, pensava sereno o homem na escada, o quieto homem que vinha na costumeira estrada, o multiplicado vento frio que se espalhava, numa constante corrente de ir e vir, dormentes segredos do homem na escada.