NA BARBEARIA

As portas da velha barbearia, hoje fechadas,

guardam o espaço onde outrora, era palco

de histórias incríveis, de homens incríveis,

que já velhos, se sentiam jovens, ao narrar

as glórias da juventude.

O velho barbeiro, que já nos deixou,

comandava o encontro diário.

Na velha arte, quase já não vista mais, o balé para afiar a navalha e levantar a espuma na cuia de louça antiga...

O desfiar das conversas fazia o tempo não importar...

O talco era o sinal do trabalho concluído.

Entre a dúvida nas verdades e a certeza nos exageros, os olhares daqueles homens se encontravam e percebiam assim, que aquela amizade, aquele encontro, fazia essa vida ter valido à pena.

A minha homenagem a esses exemplos de dignidade e valor humano...

Saudades de s. João, que cortou o cabelo do meu avô, do meu pai e o meu...e cortou nosso coração, quando disse adeus a esse mundo que à cada dia perde os espaços de reunir quem se gosta.

ANDRÉ L C MELO
Enviado por ANDRÉ L C MELO em 03/03/2023
Código do texto: T7732178
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