NA BARBEARIA
As portas da velha barbearia, hoje fechadas,
guardam o espaço onde outrora, era palco
de histórias incríveis, de homens incríveis,
que já velhos, se sentiam jovens, ao narrar
as glórias da juventude.
O velho barbeiro, que já nos deixou,
comandava o encontro diário.
Na velha arte, quase já não vista mais, o balé para afiar a navalha e levantar a espuma na cuia de louça antiga...
O desfiar das conversas fazia o tempo não importar...
O talco era o sinal do trabalho concluído.
Entre a dúvida nas verdades e a certeza nos exageros, os olhares daqueles homens se encontravam e percebiam assim, que aquela amizade, aquele encontro, fazia essa vida ter valido à pena.
A minha homenagem a esses exemplos de dignidade e valor humano...
Saudades de s. João, que cortou o cabelo do meu avô, do meu pai e o meu...e cortou nosso coração, quando disse adeus a esse mundo que à cada dia perde os espaços de reunir quem se gosta.