O escroque e seu séquito

E eis que já sabido do fato ocorrido, foi-se, como o cão enxotado, esconder-se sob a saia do mandrião. Ignóbil que era, o embusteiro, como a praga a atacar a lavoura, passou a vociferar, para que todos ouvissem, como a hiena que grita tão logo avista a carniça. Era assim. Não havia dia sem que o paquiderme, tresloucado que era, não lançava suas impróprias opiniões. E ao redor, como o filhote a espera da comida no ninho, ficava a patuleia, igualmente paquiderme, a aplaudir o ignaro.

A plebe, composta das mais variadas cores e degraus sociais, como àquele que se arrasta aos pés daquele que lhe acorrenta, a plebe, confinada no cercado, como ao gado a espera da ração diária, se perfila dócil e sorridente.

O mandrião, tal qual àquele que lhe dá abrigo, igual, como àquele, também lança vitupérios aos tantos quantos lhe pareçam adversários. Assim, ele, destituído de qualquer consideração àqueles que sofreram perdas.

Igual a todo ignaro, o referenciado tinha por prazer lançar impropérios como se fossem pétalas de rosas. Ignaro que era, ocorria ao beócio que até a uma pobre velha a espera do chamamento final, era por ele vilipendiada.