Um canto para África
Dito de outra maneira. minha cara amiga, talvez, sem engano, sejamos o resultado de experiências ancestrais. Somos, creio, a somatória dos atos, desejos e sonhos pretéritos. Por isso, querida amiga, não podemos, sob risco de manchar a memória de nossos saudosos amigos, barganhar com o bandido. Com o bandido, nada mais, a não ser, a luta!
Sabemos, desde que nascemos, e tem sido assim, há séculos, que a marca do ferrolho, do açoite, e tudo que decorre, tem sido o combustível de nossas lutas. O bandido, venal e pusilânime, ancorado nas leis feitas por eles e em defesa deles, o bandido já não se esconde. Bem o contrário. Como o pavão a exibir sua colorida plumagem, o bandido, considerando-se dono de tudo e todos, como o pavão, o bandido exibe sua arrogância. Então, querida amiga, bem sabemos, a luta nos é tão necessária como a água o é para a planta.
Nossa gente, em tudo, e por tudo, sem que pudessem descansar, desde que arrancaram-na de África, ao longo dos séculos, sem saber, plantaram em nossa alma, o fino fio que nos dá sustentação. Emaranhados nesse fio, o fio da forte lembrança de nossos ancestrais, é esse fio que nos enlaça, como um abraço, e nos mantém Unidos. Somos yorubas, somos zulus, somos xhosas, somos tswanas . Somo esse colorido mosaico de cores e ritos e mitos. Somos África. A sangrada, maltratada, espoliada África.