Erva
Ela entorpece todos os sentidos, aquieta singela alma, modificando totais pensamentos, alterando exuberantes movimentos, espalhando levissima fumaça aos ventos, reflexo no espelho, puríssima essência, mexendo com reais sentimentos, sussurrando palavras de amor nos aguçados ouvidos, seu agradável sabor exalando pelos cantos, soprando pela sedenta boca, grandioso esplendor, erva aromatizante, metamorfose delirante, uma magnífica viagem adiante, respeitando semelhante, a brisa que eletrizante vem, e que ao mesmo tempo se esvai, assim tudo sempre distrai, a íntima paz em outros insistentes passos, as brilhantes estrelas, numa noite de luar, o escaldante sol no meio dia, o verde da erva brotando na terra, germinando sementes, formando seus campos floridos, perfumando naturalmente, renovando efetivamente, o imparável tempo, no incrível espaço, o calor do indescritível momento, as finíssimas chuvas, depois o relento, num sobrevir tão sereno, as curvas dos rios, a brisa vinda do mar, a benvinda sede de amar, para em seu lado sempre estar, na leveza ficar, o corpo relaxar, constante entrelaçar, elevado flutuar, o pulsante coração vibrar, com intensidade expressar, às vezes cantar, em outras chorar, um excitante beijar, num silencioso cantinho trocar, algum segredo contar, alguns outros guardar, simplesmente calar, algumas coisas criar, um especial carinho apreciar, num verdadeiro gostar, um incessante louco desejar, depois juntos descansar, para numa novíssima, radiante manhã poder despertar, e assim tudo novamente provar, minha mente lúcida ampliar, na luz da alma acasalar, os despertos olhos brilhantes, reluzente diamante, o som vindo da suavíssima canção, perfeitíssima melodia, decerto porvir, num deslumbrante raiar, principiando um novíssimo dia, repleto de energia, noutro instante discreto, e tudo como num mágico milagre, em outro bem mais radiante, brevíssimo viajar, um felicíssimo recomeçar, um outro ciclo completar.