A Arte, e o Novo Tempo 33
Metamorfosear nos mais variados personagens.
Eis o resumo do sonho almejado pelo protagonista ao menino.
Reborboletar, do ovo, larva, pupa, e do estágio adulto, à borboleta, todas as vezes que necessário for atuar num arquético para o público, feminino ou masculino.
Uma vez encontrando-se com a Alma das almas, Grande Mãe, Arcabouço Sagrado Amoroso de Deus, onde, através Dela, torna-se Andrógino, apto a gerar o que cria.
Como ao Dionísio mitológico, no contato do mais profundo de sua Alma, terá, o jovem selvagem, encontrado o êxtase e entusiasmo pela vida, contato com as formas, as imagens universais da criação, base que o capacitará a criar, atuar, representar nos palcos, o feminino e o masculino da criação, ou pelas mãos, que tece, pinta, molda, re-escreve o mundo.
Quisera que o menino tivesse desaguado nela, e saído no novo ser.
---Se faz urgente!
Falou imperativamente o protagonista, num salto, ficando de pé.
___ Que despertem as almas da mornidão que as submetem ao esquecimento dos seus Eus Divinos!
Terão que dar conta de tanta morte dentro, tralhas da era de Apolo, a que finda junto com a era precedente.
Da régua e do compasso usado tanto, sem o aroma sagrado da inspiração, feminino Divino, encontrado no Sagrado que habita nas coisas, e neles mesmos, aquela que traz o amor ao mundo.
A técnica salvou o homem do aniquilamento das formas, inserindo o Pai Divino da criação no que faz, na oração que ora, no cântico que louva, fragmentado da sua outra parte, tão essencial quanto ele, Mãe Divina que o complementa, desde antes do antes da origem de tudo, o único modo de pulsar amor no mundo, começando curar as machucaduras, coletivas, e individuais.
Sedimentados os portais internos para co criar com Deus no interior do homem, resta, pela vontade intrépida, o ser voltar-se para dentro, e deixar tudo ir se amolecendo, pelo silêncio da oração sem palavras.
Até que tudo vire pó, e o que é real dentro venha, trazendo a verdade do que cada um é.
O sentir-se uno a tudo, pelo acarinhar do Fogo Sagrado dentro. Que é essencialmente amor.
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O menino, até então, adormecido no chão do palco, acorda repentinamente.
Estando de pé, olha tudo de forma ressabiada, parecido com a inocência da primeira vez que entrou no ambiente.