Revestida de fé
Quem eu fui?
Quem eu sou?
Nesta realidade que ressoa tão distante de mim,
Vislumbrando algo que está fora do alcance.
Parece que tudo se torna cada vez mais difícil,
Surgindo a qualquer momento obstáculos pelos caminhos.
A vida sonhada, por vezes, torna-se uma anedota –
Por capricho de alguém,
E não há nada que o detenha.
Continuo aqui em um movimento translúcido,
Na equalização do tempo.
Não mais esperando as migalhas de ninguém,
Incutido em seu ego.
Prendendo-se na visão caótica,
Da lucidez imperfeita.
Qual é o “x” da questão,
Que equivale o coração?
A quem cabe compreender,
O que de fato acontece?
Na luz que ecoa talvez não enternece,
O vicejar da emoção.
Do contrário, arrefecendo em ilusão,
Como é que convive com a decepção?
Como a tormenta –
Chega, de repente, fazendo bagunça,
Causando estardalhaço –
Prendendo-se em seu laço,
Na cabeça dando um nó.
Colocando em cheque a resiliência,
Não me entrego, não me rendo.
Sou devota da resiliência,
Compenetrada dentro do meu ser.
Ressurgindo feito a fênix,
Com todo o esplendor.
Fortalecida pela dor,
Aprendizado com louvor.
Mantendo-me de pé,
Sigo em frente.
Revestida de fé,
Fincando as raízes.
Do cerne a ancestralidade,
Emanando as suas vozes.
Sou centelha divina,
O sol sempre há de brilhar.
Purificando a volta –
O puro ar.
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