A Arte, e o Novo Tempo 32

Pensando, como no pensamento de um analista Junguiano, continua a argumentar:

__estaria, jovem! sempre aberto ao Eu? àquilo que a intuição sinalizar? abarcado seu novo Ser na Grande Mãe Divina, aceitando ser acolhido, e ao mesmo tempo, submetido à sua natureza transformadora? Aprenderia a arte do deixar fluir, do calor, e com ela, moldar, flexibilizar, resistir, dar elasticidade, e expressar a forma oculta, o vir a ser?

Estaria em hefesto, absorvendo as tensões do meio, da polis, do social, do convívio, não suportá-las em sua guerra improdutiva, e ser excluído, cair no vazio, sair do normal, e assumir a imperfeição, encolher-se para ir buscar dentro de si o erro, e destruí-lo,metamorfoseando-o, sentindo a dor do limite, e trabalhar, artesanalmente, até encontrar a forma redentora.

Só então, de posse do novo, de algo belo que reflita o mundo, poder voltar ao convívio social.

Poria em movimento a busca do significado unificador? Sairia da inércia provinda do caos?

Estará, o pequeno, depois de ser batizado pelo toque do Espírito Maior, fecundado por Deus? Em sua plena unidade?em que os opostos, o Masculino e Feminino Divinos, estariam fundidos, no estado Uno em si, estando apto em potencial a gerar arte, seja ela em que expressão for? Artesão de sua própria vida? a potência necessária para gerar uma nova forma, um novo padrão?

Teria encontrado a si, o Self integralizado, a predisposição do ser para o extase e o entusiasmo para estar em vida, totalmente envolvido no transcendente, aquilo que faz com que o ego decaia da condição de Senhor da Carruagem, e seu Eu espiritual assuma o controle.

A experiência mágico-religiosa vivido pelo mito de Hefesto, que era o poder de domínio do fogo, e de sua transformação em luz era evocado pelo protagonista em favor do jovem adormecido no cenário. Ah! Como almejava! Que estivesse justamente ali! No lugar capaz de unir a matéria e o espírito, onde a magia e a religião se reconciliam.

Que a embriologia subterrânea em seu ser tivesse sido realizada, e que a obstetrícia fosse um de seus atributos despertos, capaz de parir as formas produzidas pela alma doravante, obras de arte para a humanidade, imergida na escuridão e nas incertezas.

O caos reinava na cidade.

Márcia Maria Anaga
Enviado por Márcia Maria Anaga em 25/02/2023
Código do texto: T7727746
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