A Arte, e o Novo Tempo 29

Do colo da Grande Mãe Divina, sentiu-se na Totalidade. O Um sem minuto. Paternidade Divina Universal.

Tinha, Em Si, a mistura Pai-Mãe Divinos. Não, o ser cambeto, como que gerado nas coxas de um deus, depois que sua mãe havia morrido, por conta de uma artimanha de outra mulher enciumada.

Era como as cinzas de si mesmo, mente materializada, restos do que teria sido até aquele momento.

Da morte, buscava o renascimento. Alquimia do Fogo Sagrado. Metamorfoseado no vinho, vida. E vida com abundância.

Bebendo o vinho, reafirmava a vontade de manter-se em comunhão com Deus, o pacto de estar para a Arte, a serviço da Fonte Divina.

Dionísio foi considerado um deus mitológico, não um herói, não estava voltado para os assuntos da pólis. É o arquétipo mitológico grego da criatividade, o que leva a experimentar a loucura, e a livrar-se dela.

Encontra-se no mito dionisíaco, a simbologia da morte e do renascimento da alma, metamorfosear dela no Fogo Sagrado.

Dioniso entra no reino dos mortos, e sai. Os teatros da Grécia Antiga levava o seu nome.

Tem várias versões para a narrativa do deus Dionísio.

A do Dionísio Zagreus, o caçador, foi o filho caçula de Zeus e Perséfone.

A mulher oficial de Zeus, Hera, magoada com a ideia de Dioniso ser filho, fruto da relação extraconjugal com a deusa do submundo, Perséfone, pede para que os Titãs o persiga. Era menino.

Até que Dionisio é capturado, esquartejado, e devorado pelos Titãs.

Atena, no entanto, resgatou o seu coração e o levou a Zeus, que determinou que o guardasse junto com seu falo.na cesta da Deusa Reia, a Grande Mãe do Olimpo.

Outras versões relatam que de Zeus nasceu, então, um novo Dioniso, o filho de Sêmele. Zeus abateu os Titãs com seu raio vingador.

Das cinzas de Dionísio, surge o vinho, a bebida se torna símbolo da morte e renascimento do deus mitológico, vivido no mito dionisíaco.

Que mistério ?! do contato imediato com o Sagrado, está reservado com o sombolismo dos ritos, dos mitos, e da mística das religiões, cultura produzida pelos homens da Terra, cujo cerimonial vale-se da degustação do vinho?

De qual profundidade emerge Jesus! O Cristo, das verdades profundas? ! quando revela seu ser aos discípulos, na última ceia, pouco antes da crucificação?

Sua fala, imantada do poder vindo dos mistérios primeiros, numa conotação atemporal, envolvido na forma arquetípica da Grande Mãe Divina, expressa o simbolismo do vinho e do pão, antes de se ver submetido ao processo de tortura, paixão e consumação na cruz, e seu renascimento como matriz Divina que permite, àquele que O busca, como via do renascimento no novo homem, filho, filha de Deus.

Qual sentido buscava Jesus, o Cristo, no corpo físico, quando da peregrinação na Terra, transformando água em vinho em um casamento em Caná . Comparece à Páscoa, purifica o templo, prediz sua morte e ressurreição, e faz milagres.

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Márcia Maria Anaga
Enviado por Márcia Maria Anaga em 23/02/2023
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