A Arte, e o Novo Tempo 27
À parte, o protagonista da peça teatral, que havia deixado deitado no centro do palco o jovem, no extremo oposto, acomodou seu corpo sobre almofadas. Nem deitado, nem sentado, recostado sobre almofadas, de frente para a pequena platéia, de forma que apoiava sua cabeça em um de seus braços, que estava dobrado, com o cotovelo assentado ao solo.
Sua postura, e expressão corpórea, lembravam a dos seres que haviam se metamorfoseado na figura Andrógina, novo homem, aquele vindo do enlace do velho ser com Deus.
De instintivo e fragmentado, eclodiu, pelo Feminino Divino Fundamental, no renascimento espiritual. A criança Divina de um novo tempo.
Natureza feminina primordial, o arquétipo da Grande mãe, Sabedoria Divina, que vive à destra de Deus, desde antes do OM, mãe de todas as mães; serve-se de bojo que recebe a lama, para a Flor de Lótus emergir.
Câmara Divina, escrutínio secreto onde somente Ela e Deus existe.
Ai, dos casais! nas cerimônias matrimoniais! ... se soubessem o que é o verdadeiro Enlace, pressuposto para a realização do enlace?
Felizes e esperançosos no dia do matrimônio, que um complemente o outro; na alegria e ou na tristeza, na fartura, ou na bonança!
Saber que o verdadeiro matrimônio, é aquele que os casais estão expostos a submeterem desde o nascimento. Sendo o maior, e o predominante compromisso que tem a viver um dia, a bem da evolução, pessoal e coletiva.
No aconchego da Grande Mãe, Sabedoria Divina, que passa tomar refúgio, expõe o ego fragmentado, cansado e oprimido, à busca e ao alcance do novo nascimento. Criança Divina, que fará parte do novo mundo, o de sempre, vivido pela Fraternidade Humana Divina Universal.
Nascidos de humanos, pai e mãe deste mundo terreno, renascido por meio da Grande Mãe, câmara secreta que existe no fundo sem fundo do seu coração, que fará o serviço de aconchego, contenção e transformação, para a criança Divina parir-se das suas próprias profundezas, a mesma que trouxe e traz ao mundo, a Terra, Gaia, os planetas, os Universos e os Multiversos.
Sem prejuízo da busca e da espera da troca de favores, de um para o outro, na constância do casamento, há!!! Se soubessem ! que deveriam, o homem e a mulher que se unem em matrimônio, estarem abnegados no dever de autocuidado dos seus próprios mundos interiores, que é responsabilidade pessoal, indelegável, intransferível, e irrenunciável a obrigação, como condição essencial para a conquista da Alforria da Alma do mundo de dores, e insatisfação
Perdoariam mais um ao outro, libertariam mais um ao outro, culpariam menos um ao outro. Sendo os únicos responsáveis, se as sombras, que vez ou outra sobrevoam em suas mentes, passam fazer ninho.
O relacionamento sairia dos trilhos do ego, entraria na via única do caminho dos peregrinos, cumprindo um propósito de ser gente na Terra..
O artista, ancião temeroso daquele tempo, cuidadoso para com aquele jovem, exposto ao metamorfosear do ser, temeroso quanto ao alçar voo nas expectativas para a continuidade da fluidez da Arte entre os homens, num tempo de derrotas, retrocesso da evolução humana, obstrução do exercício da fraternidade entre os homens, continua a fala lamuriosa: