O rei e a rosa
Era uma planta bela
de flores Carmim
perfume doce
pétalas de cetim
Quanto mais lhe podasse
Mais crescia
Mais perfume exalava
Mais beleza exibia
Mais poesia inspirava
Mais altares adornava
Mais o amor reverenciava
Mas espinhos tinha!
Muitos espinhos
E isto incomodava a rainha
o rei, os súditos
o reino todinho
Queriam uma rosa perfeita
A ser colhida com risos
sem embaraços e risco
Impaciente, o rei fez um decreto:
que fossem cortadas todas as roseiras do reino
Então toda sua tropa de elite
devidamente equipada
Espadas em riste
em triste manhã de primavera
marchou para cumprir a ordem severa
a cada pé extirpado
brotava uma nova muda
um botão ainda mais vicejante
desafiava sua intenção carrancuda
jorrando o mel da embriaguez e beleza
adornando o jardim do Palácio real
as colinas, montanhas, campinas
toda a terra daquele reino fatal
Ficou ao Rei a lição: nada nem tudo é perfeito
Ao homem não é conferido o direito
de mudar a natureza da criação .
Benvinda Palma