O rei e a rosa

Era uma planta bela

de flores Carmim

perfume doce

pétalas de cetim

Quanto mais lhe podasse

Mais crescia

Mais perfume exalava

Mais beleza exibia

Mais poesia inspirava

Mais altares adornava

Mais o amor reverenciava

Mas espinhos tinha!

Muitos espinhos

E isto incomodava a rainha

o rei, os súditos

o reino todinho

Queriam uma rosa perfeita

A ser colhida com risos

sem embaraços e risco

Impaciente, o rei fez um decreto:

que fossem cortadas todas as roseiras do reino

Então toda sua tropa de elite

devidamente equipada

Espadas em riste

em triste manhã de primavera

marchou para cumprir a ordem severa

a cada pé extirpado

brotava uma nova muda

um botão ainda mais vicejante

desafiava sua intenção carrancuda

jorrando o mel da embriaguez e beleza

adornando o jardim do Palácio real

as colinas, montanhas, campinas

toda a terra daquele reino fatal

Ficou ao Rei a lição: nada nem tudo é perfeito

Ao homem não é conferido o direito

de mudar a natureza da criação .

Benvinda Palma

Bemtevi
Enviado por Bemtevi em 14/02/2023
Código do texto: T7718851
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