Orvalho de Poesia
Orvalho de Poesia - bordada com o fio delicado do carinho para você
Como de costume ela acordou sorrindo, bocejando sonhos entre brumas de saudade.
Com seus "olhos de ressaca" fita o quarto, veste-se de ternura, e nos primeiros raios de sol que rompe a aurora, beija o sorriso dele pra sentir o gosto orvalhado das sensações que frenéticas fazem festa em sua boca.
A delicada brisa da manhã agita seus sentidos destemidos, trazendo outras nuances de consciência com olor de primavera.
Num átimo enlaça as mãos oníricas do poema e, atrevida flerta com os sonhos que resignados aguardam o momento certo de florir.
Com passos tresloucados, mas audazes percorre as sendas de suas rimas, colhe as palavras mais singelas que encontra, e as guarda em sua caixinha de segredos.
Perversos são os caminhos do sentir, mas tão perfeitos em sua imperfeição que enlaçam o encanto em pleno vôo.
No infausto das memórias já empoeiradas pelo tempo, cisma, mas vira as costas aos seus abismos abissais.
Com a brandura de seus sentimentos mais nobres, pinta na tela do dia os olhos de infinito dele que lânguidos desnudam o azul do céu pra ela.
E seus versos novamente se enamoram desse olhar de querubim e o transforma em Poesia.
(Edna Frigato)