Medo e Dor

Vejo você se afastando e não há nada o que posso fazer. O medo domina a minha alma, tento me prender as promessas, planos e sonhos, mas é difícil não deixar o desespero me consumir.

 

Tento ser forte, mas sempre desabo. Uma navalha bem afiada me dilacera de dentro para fora, aniquilando a esperança que me resta. A cada dia me sinto mais fraca, mais vazia, mais morta.

 

O eterno vazio que outrora me dominava, se transforma em algo mais assustador, mais frio, mais sombrio. Estou perdida dentro de mim, num lugar obscuro que não me deixa fugir.

 

É um bom sinal ainda sentir dor? Não sei, não é uma dor comum, é uma dor bem mais profunda e estranha. Dizem que as dores da alma são as piores, tenho que concordar. Dores físicas são tratáveis, dores internas não.

 

Mesmo com medicamentos que anestesiam as sensações internas, ela sempre estará lá, nunca some, então não vale a pena recorrer a isso. Há sentimentos e sensações que são necessárias vivenciar para lembrarmos que apesar de tudo continuamos vivas, que tivemos momentos que despertam saudade intensa.

 

Um dia espero não sentir mais tanta dor. Um dia espero que todo esse medo e desespero se transformem em algo mais bonito. Um dia espero voltar a sorrir e me sentir realmente viva, esperançosa. Mas por hoje me apego a dor para lembrar dos bons momentos que vivi, enquanto o choro fica preso em minha garganta e as lágrimas ficam presas em meus olhos.

Karoliny Mesquita
Enviado por Karoliny Mesquita em 05/02/2023
Reeditado em 11/02/2023
Código do texto: T7712487
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