O que faria?
Se dessem para mim a batuta de um mestre. Aquela que dominasse as direções do vento, de modo que, somente a vontade que me move, fosse soberana.
Estivesse naquele local onde vive o mago, o alquimista, o que está prestes a entrar no nirvana.
Como me comportaria?
Ah, imagine! De posse do poder, da vontade soberana! Quando o rasgo do parto de mim me ejetasse para um novo local na consciência maior, revelando-me quão perto estava, e não despertada para o passo que me levaria a ser imperatriz da própria vida..
Deixaria tudo? Este meu quê, que me identifica, este saber que me dá uma nota, avalia e dá nome a miséria de vida de coisas inanimadas a qual estou condenada a viver, respeitadas, almejadas, tratadas com esmero neste mundo regado a amor, dor e vaidades.
Quisera não estar tão entranhada nele, mas estou. Vim do ventre arranjada em um sistema corpóreo para apaixonar pelo que fosse passado pelo crivo dos cinco sentidos.
Condenada a ser nele desde o nascimento, não me satisfez...nunca me satisfez.
Agora, aqui de onde não tem mapa, nunca esteve no mapa, vivo a imaginar como seria, se dessem para mim a batuta de um mestre.
Daqui, onde a Completude Amorosa Divina me abraçou, me revelando que o Tudo me tem.
Márcia Maria Anaga( Direitos autorais reservados, publicado no site Recanto das Letras)