A Lista
O Poeta sentou-se
Pose de intelectual
Olhos perdidos no vazio
Mente viajando no silêncio
Tampa da caneta mordiscada
Monstro sagrado de seu povo
O tempo passava
Uma, duas, meia dúzia de palavras
A escrita fluía preguiçosa
A admiração crescia ao seu redor
As mocinhas suspirando
Os cavalheiros inspirados
Então, um sujeito curioso
se aproximou, interrompendo
o homem consagrado
— Escrevendo o quê, caro Poeta?
— Minha lista do supermercado.