Disperso
De tantos nomes, tantas falas
Reencontros e desconcertos
Decerto, desencontros ao acaso
Se o acaso mostrar-me algo de novo
Errarei exatamente como o fiz
Se feliz, ou perto disso, por um triz
Abraço o desconexo desfazendo o mesmo laço
Que transforma perfeita elipse em um simples traço
E em busca de me encontrar, minha própria sombra, eu caço
Me afogo e deleito em um deserto infinito
A cada passo que eu dou, sinto algo resistir
Tão fácil quanto a dúvida que permite prosseguir
Forte ou fraco, leve ou forte, entre as frases que repito
A certeza de um não, que nos presta a conseguir
Entender cada enigma refutado em tua voz
A consciência perturbando, maltratando tal um algoz
Transcendendo as verdades, confundindo o que é real
Ressurgindo no intrínseco da verborragia animal
Transcrevendo em minha carne, tão complexa e simplória
O segredo disfarçado que inexiste entre nós