A Astronauta
Silêncio no espaço,
nem ao menos o tintilar
do coração.
Na espaçonave,
havia um leito,
lubrificantes,
cápsulas
(que poderiam tornar
a viajem menos
agradável)
e o meu vazio.
Impulsivo,
quis abocanhar as
estrelas,
mas não tive permissão.
O nome dela era Vanessa,
Bruna ou quem sabe Lorena:
nom de guerre ou pseudônimo.
“Vai e vem” sobre o
corpo em queda livre.
Mesmo sem carinho,
mesmo sem amor,
consegui avistar o céu.
Hoje,
estou à procura de
um neurocirurgião.
Talvez minhas memórias
possam ser apagadas,
pois de saudades
não quero morrer
aqui no chão.