Caos contemporâneo

Caos contemporâneo

Um caótico escândalo ao abrir a janela

Céu cinzento

Um cheiro ardente de natureza flamando

Um vai e vem frenético de automóveis

Com destinos certos

Conduzidos por mentes sem GPS

Uma balbúrdia formalizada

Em seus ternos vintage

E suas saias plissadas

Um sapateado infinito no asfalto precário

Na disputa incessante de quem chega primeiro no alto do desfiladeiro

No caminho da jornada já não se sente o cheiro do jornal impresso

Todavia, tropeça-se no excesso de informação desenfreada

E sobre nossas mãos o mundo em sua totalidade

Nas telas do futuro: cegueira generalizada

Engatinhamos desajeitados, despreparados para tanto

Fato ou fake

Escravizados pela liberdade de mentes ignorantes

E falas descontroladas

Aprisionados pelo excesso de tudo

Com propósito de nada

Somos produtos enfileirados nas prateleiras sociais das redes

Somos "coachlizados": como ser? Como ter?

No fundo a gente quer gritar, mas nos limitamos a um tweet ou choramos ao vivo em vídeos que viralizam

E na velocidade da luz adoecemos

Patrocinadores vitalícios das indústrias farmacêuticas

Com seus ansiolíticos no bolso como pastilhas pra garganta

Com nossos semblantes paralizados

Produzidos em grande escala na cultura da vaidade

Meros corpos padronizados

Boicotando as ações do tempo

Contudo, somos arrebatados pela celeridade dos novos tempos

Escassos de qualidade

De relações, demasiadas, líquidas

De verdades incontestáveis

Sensíveis à contrariedade

Meros espectadores do caos

Idólatras de engravatados que arrancam nossa dignidade com letras garrafais de corrupção e impunidade com suas canetas montblanc

Escondidos atrás dos muros da inquestionável democracia

Enquanto seguimos esbravejando diantes das nossas telas particulares

Segregados

A latir como cães raivosos, uns contra os outros

Habitantes de bolhas

Cada qual em seu mundo paralelo.

🔥Alerta 1

O texto é tão somente ficção!

Qualquer traço com a realidade é mera e sutil coincidência.

🔥Alerta 2

Há pitadas de sarcasmo no alerta 1.

Acarla
Enviado por Acarla em 30/01/2023
Reeditado em 30/01/2023
Código do texto: T7706975
Classificação de conteúdo: seguro
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