QUERIDA

Há quanto tempo que não te vejo, "notícia boa"! Sente-se aqui preparei o chá que gostas, assim como descrevestes em um dia como qualquer outro. O sorriso inevitável foge dos meus lábios por ver-te: Onde estavas? Como tens passado? Conte-me! Tenho pressa em ouvir-te, saber das tuas andanças, do teu tédio, do livro que lestes, da ferida que sarou, do temor ainda presente, conta o que hoje sentes, fala da criatura em tua mente e a qual nova conclusão chegou.

Mas antes abraça-me, nesse gesto em que procuro incluí-la no meu espaço, para eu ouvir alguma palavra tua ao pé do ouvido. Quero sentir na força dos teus braços, o descanso, a paz e a entrega deste encontro tão esperado.

És bem-vinda, amada! Cuida em desatar os nós, dos sapatos, das roupas, dos cabelos... do juízo! Aqui tens teu espaço largo, liberdade para andar descalço, a acústica para cantar tua música, a viagem mais lúdica sem sair do lugar. Tens também teu recanto de silêncio, teu próprio momento, para ti reservado, teu acolhimento, do jeito que vier a precisar.

Desejo o teu "estar" junto ao meu, sentindo que somos a combinação de uma felicidade além da emoção passageira, pois aprecio as marcas do tempo que um dia investimos mutuamente... E por falar nele: lembra-te quantas vezes perdemos a hora! Quantos minutos de fé e esperança ganhamos ao rir como crianças! Quantas danças! Tu sabes que ficas ainda mais bonita quando esqueces o "onde" e o "quando" e apenas "és".

Estou alegre e não ouso esconder, este é o resultado da vazão de ser quem sou ao teu lado, pois enquanto o mundo lá fora compete, cá nós celebramos a completude de sermos incompletos, de sermos "experts" em apenas ver da melhor forma aquilo que temos recebido, enquanto VIVEMOS o essencial que Deus tanto quer desde o princípio.