A Brisa da Manhã, Trouxe-Me
A janela de casa foi aberta hoje. Ato único todo os dias. Nunca igual ao dia anterior.
É igual tão somente a chama tenuamente queimando no coração.
Juntei tudo que tinha de corpo, após os olhos que vê neste tempo abrir, assumindo o lugar.
Lugar! que lugar!?
Condição inafastável de ser gente.
Ah! Se não fosse isto que Sou! o que dou nome de alma, onde me mantenho, sendo no que faço e penso de mim.
A inquietude laboriosa de não querer ficar, vive como lava vulcânica brotando por entre rochas, escorrendo em meio a tanto confabular, que quer calcificar na superfície.
Abrindo a janela cedo, me dei conta de que, realmente! As coisas não andam como dantes, até a inquietude do que Sou sinaliza que estamos a caminhar por novas ruas e avenidas.
Os pássaros e toda bicharada da floresta compartilharão conosco doravante espaços que os homens louvarão, se assim se permitirem, e fizerem por donde, ouvindo e contactando com seus interiores no silêncio. À sumidade do melhor, às novas aspirações do Espírito que lhes dão vida.
Em contrapartida, noutras ocasiões, não raras, irmãos de caminhada, incluindo esta que escreve; estaremos expostos na indeclinável natureza do livre arbítrio, à paixão de contato de tempos com nossas emoções, ao meio trevoso do ego, arriscando perder a oportunidade de Ser neste novo tempo.
Mantendo a resistência, sendo copistas dos místicos, do mito da verdade, do jeito eleito de ser no conflito pelo herói, usando a bagagem pronta da crítica, apontando os velhos culpados pelo estrago, cultuando os modelistas de referência, reprimindo aquilo que tornou pronto para uso dentro de cada um, continuando coisificar o Espírito que dá-nos o direito de Ser em Essência Divina, conectados a Ele desde o nascimento.
Neste novo tempo, ao certo, vendo-nos neste contexto, caso baixemos a vigília, fechando os olhos e ouvidos internos, os Santos e entendidos do mundo espiritual poderão se arrefecerem, pois que que almejam que os insigts aconteçam nas almas, independentemente da crença, do credo, ou da descrença de cada uma.
Abri a janela pela manhã, veio isto.