Ouvindo a terra

Diante da tragédia Yanomami,

Projeto genocida de brancos sem alma,

Uma voz grita incessantemente.

Cada golpe desferido impiedosamente,

Arranca-lhe parte do coração,

Esvazia suas veias de sangue,

E introjeta veneno mortífero.

Seus gritos ecoam pela floresta,

Mas o homem branco impiedoso,

Mais golpes vai abrindo sua carne.

Ossos expostos,

Sangue escorrendo,

Êxodo da vida.

Corpo exposto, pele arrancada,

Cabeça escalpada,

Ainda resta a voz que sai das entranhas.

Gritos de dor,

Ritos de morte,

Dança de guerra.

A resistência mais aguerrida,

Assassinos julgados e punidos.

Esse crime é hediondo,

Pena perpétua,

Sem direito à morte.

Pagarás o tributo pelo crime,

Viverás até o fim do mundo,

Sem morte, mas sem liberdade.

Descerás, enfim, ao mundo do inferno

Eternamente.

A terra julgará e punirá seus agressores.

Mas não podemos esperar o juízo final.

É preciso cuidar das feridas,

Interditar seus agressores,

Punir seus mandantes,

Mesmo que seja um governante.

Edebrande Cavalieri
Enviado por Edebrande Cavalieri em 26/01/2023
Código do texto: T7704197
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