A vida passava pelos acordes do violão. O tempo era pontuado pelas rimas e a primavera lá fora nunca chegava ao fim. Flores feneciam soberanas e, distribuíam cores para o infinito. A vida era aquela seresta que misturava lirismo e tristeza. Tudo se encaixava numa lógica sentimental. Os trapos e os restos compunham o mosaico paradoxal. A lua que furava o telhado iluminava sonhos e delírios. A vida era feita de aventuras, disputas e silêncios. O dedilhar cartesiano ia derramando sobre minha alma uma saudade imensa... de quem fui, aquela que jamais voltarei a ser novamente. A juventude passou. Os amores e paixões também. Poucas coisas sobraram... algumas corroídas pela saudade e pelas rosas rodeadas de espinhos e lições de estratégia.
A vida passava delicadamente. Por entre desertos, cidades populosas, galáxias e, até por entre meus pensamentos... todos derramados no líquido que acabara de beber... Quem sabe alguma phênix me visitaria? Quem sabe alguma esperança acenaria poeticamente para mim?