Destino
Ela costumava não acreditar em destino. Sentia que morria lentamente a cada segundo. Não tinha sonhos, planos e nem esperança de um futuro. Vivia um dia de cada vez, sempre com a esperança de que fosse o último.
Em mais um dia comum, cheio de decepções, ela resolveu se afogar na escrita, derramava-se em cada linha, sentindo aquele vazio tão bem conhecido se apoderar dela. Era mais um dia como os outros.
Uma fúria incomum a consumiu e ela decidiu procurar um lugar para expor tudo o que a dominava e assim o fez. Sem nenhuma pretensão publicou seus textos, se surpreendeu ao ver pessoas lendo o que escrevia e, mais ainda, por dedicarem tempo comentando.
Naquele dia a sua vida virou de ponta cabeça. Conheceu ótimos escritores e, em especial, um a cativou. Sentiu como se uma corda a puxasse para ele, tudo o que ele escrevia a encantava, quanto mais lia, mais queria conhecê-lo e assim o fez.
Passou horas tentando encontrá-lo, quando já perdia a esperança, algo surpreendente aconteceu e ela, finalmente, o achou, dando início a uma linda amizade, mais forte do que qualquer uma que já tivera.
Essa doce amizade devolveu a vida que antes estivera perdida. A fez sonhar novamente, ter planos e visualizar um lindo e desejado futuro. Tudo ao lado dessa amizade se torna mais fácil e leve, mesmo as maiores tempestades parecem pequenas garoas. Os trovões não mais a assustam, apenas a motivam a ir adiante, enfrentar seus medos e ser mais forte.
Se antes ela não acreditava em destino, agora até em outras vidas ela é capaz de acreditar. Uma série de desencontros e escolhas poderiam ter mudado toda uma vida, mas por tudo ter acontecido como aconteceu: na hora, dia, e lugar exatos, possibilitou esse encontro. Se não é destino, ela não sabe mais o que é. Seja lá o que for, ela não se arrepende de absolutamente nada do que aconteceu e passou para possibilitar essa linda amizade. Uma amizade mais forte do que a morte, eternizada na escrita, que jamais será apenas isso.