Sedução

No banco próximo a janela do lado esquerdo no trem, lá estava ele a observar-me. Olhar penetrante, único. Senti vontade de aproximar-me, todavia fiquei parada como que hipnotizada. Por um momento as luzes do trem se apagaram. Tive medo. De repente elas voltaram, mas o rapaz não estava. Passei a procurá-lo. Desisti! Fechei os olhos e assustadoramente, escutei uma voz firme e melosa junto ao meu ouvido “quero-te”. Abri os olhos e ele estava tão próximo a mim que pude sentir a fragrância de lavanda em sua pele. Silêncio interminável, foi aí que ele pronunciou meu nome lentamente e o êxtase dominou-me. Não pude resistir a vibração do meu coração acelerado ao ouvir aquela voz. Quando estava prestes a ir com ele, acordei em minha cama, no meu quarto, em meio ao turbilhão de sentimentos e emoções que somente um sonho poderia proporcionar.

Débora Oriente