Crisálida...
Sou feita de fases...
Umas belas e outras feias,
reconheço...
Vivo feito lagarta, devorando tudo...
Quando saciada,
adormeço...
E como crisálida repouso...
Em borboleta renasço...
Meu próprio plano de vôo,
traço...
E vou sobrevoando as urzes...
Ao sabor do vento...
Sobre as flores pouso...
Descanso...
E, enamorada das cores, fico...
Do doce néctar me alimento...
Frutifico...
E de presente, deixo vidas...
Diversas...
Coloridas e vorazes.
Com suas fases por viver...
Ao final da estação
na relva fresca repouso
feito folha seca sobre o chão...
E torço para que o abraço
da mãe terra me recolha...
No (e)terno regaço
que encerra cada ciclo
e cada ser...
Sem escolha.
Adriribeiro/@adri.poesias