Quanto vale um texto?
Existem textos de todos os preços. Destes que tem valores em moeda, centavos e centavões, daquele que foi cedido pela dor, da dor que se fez tese, desta mesma que se perguntou: - Quanto vale um texto?
Dos muitos valores que possam haver, existe um que é sempre porta de entrada, me refiro a dor. Ainda criança, a experiência da dor constrói o mal. Não é como se ele existisse mas, o conjunto das dores formam o demônio e suas características, personagens.
Na dor de um texto, é certo que existem muitos motivos para ele vir a público. Não se trata de uma experiência isolada: - Se repetida, digo, se o corpo tombar naquela ladeira, e se tombar novamente, condicionado a experiência, eis que surge o mal. Mesmo que ainda confuso, na criança, a dor ainda não existe, bem como, o mal tampouco.
Guiada pela experiência, já na vida adulta, essa experiência da dor também transborda nos textos. Se há algo de teste na psiqué humana, certamente parece a dor. É ela que imobiliza o corpo e a alma. Quando a dor primária é somada com a experiência de várias dores, o texto é aquilo que escapa: O som triturante da dor e da reclamação.
Aquele que tenta fugir da dor, deve retornar para ela. E, na luta para ser criança e livre da experiência limitante da dor, sofre tanto com as dores que o faz vítima dos valores. É assim: primeiro a vida simples, em seguida, temos a experiência do bem e do mal que, no corpo e na alma, rejeita e se torna criador do mundo.