Tinta escarlate

Travei os ponteiros, pausei meu relógio e dei corda na vida...

Quem sabe ela acorda mais obstinada...

Quiçá, atrevida...

E pega a estrada feito retirante

que mira distante a linha de chegada,

porém sempre está pronta para uma nova partida...

Verifiquei parafusos, lubrifiquei engrenagens...

De braços difusos dispensei hospedagens...

Aventuras, passeios...

Não sou mais a turista tomada de anseios...

Calcei as sandálias macias e aladas,

sempre preparadas para proteger os meus pés,

contra os espinhos da sorte, ou outro revés.

Pois hoje eu bem sei quão longa é a odisseia

em novos caminhos e estranha a plateia...

Enchi o meu cantil de fé e esperança,

vou feito criança de mente pueril...

Nunca desiste e tampouco se cansa,

nem teme a ilusão - do mal o ardil.

Num bloco de notas, em meu peito guardado,

à mão eu escrevo...

Com tinta escarlate se acho que devo...

E em meu testamento, de só um desejo,

aproveitei o ensejo e tracei fantasias...

Já que em meu tinteiro tem sangue corrente,

embora em minha mente dite a emoção.

É que o meu coração, poeta verdadeiro,

outrora e agora só faz poesias...

Adriribeiro/@adri.poesias

Adriribeiro
Enviado por Adriribeiro em 13/12/2022
Código do texto: T7671228
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