Escravidão

Sombra boa aquela

Mas a gente não tinha tempo para descansar

De vez e outra, dávamos uma piscadinha

Quando passávamos o dedo pela testa

Para canalizar as gotas de suor

Que ao lado dos olhos faziam bicas

E pelo meio das costas

Escorriam pela coluna vertebral

Molhando o rego e descendo pelas pernas

Mas, embaixo do ingazeiro

Ficava um balancinho confortável

Que balançava o dia inteiro

Para lá e para cá, sem parar

Sentado nele, um passado ainda recente

Com um chicote de couro nas mãos

Daqueles, com bolinhas de ferro nas pontas

Aterrorizando o nosso presente

Marcando o nosso futuro

Interações:

- Joaquim Veríssimo Ferreira Filho

A sombra do céu, o sol tirou!

Aquecendo o mar e a terra inteira

Pra fugir um pouquinho do calor

E ideal a sombra da ingazeira ...

Se possível,sombra vale ouro

Se não, então é proibido!

E o instrumento chicote de couro!

Alguém está com ele escondido! ...

Candio Domingues
Enviado por Candio Domingues em 12/12/2022
Reeditado em 15/12/2022
Código do texto: T7670037
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