Escravidão
Sombra boa aquela
Mas a gente não tinha tempo para descansar
De vez e outra, dávamos uma piscadinha
Quando passávamos o dedo pela testa
Para canalizar as gotas de suor
Que ao lado dos olhos faziam bicas
E pelo meio das costas
Escorriam pela coluna vertebral
Molhando o rego e descendo pelas pernas
Mas, embaixo do ingazeiro
Ficava um balancinho confortável
Que balançava o dia inteiro
Para lá e para cá, sem parar
Sentado nele, um passado ainda recente
Com um chicote de couro nas mãos
Daqueles, com bolinhas de ferro nas pontas
Aterrorizando o nosso presente
Marcando o nosso futuro
Interações:
- Joaquim Veríssimo Ferreira Filho
A sombra do céu, o sol tirou!
Aquecendo o mar e a terra inteira
Pra fugir um pouquinho do calor
E ideal a sombra da ingazeira ...
Se possível,sombra vale ouro
Se não, então é proibido!
E o instrumento chicote de couro!
Alguém está com ele escondido! ...