Pesos e medidas
Extraio da vida as feridas. Posso colocar um bálsamo ou apimentá-las. Posso deixá-las curar-se ou mantê-las viva. A mágoa estraga a vida, deixa a terra ressequida.
Extraio da vida o amor, os sorrisos e o odor. Sinto o cheiro da flor e o poder do amor. O campo que floresce tem unguento sarador.
Assim é o viver, com pesos e medidas. O que mais pesa faz sofrer. O que se mede enche a alma de prazer.
O que lava a alma, acalma e faz sorrir. Há de ter uma gota que renova, uma força que sustenta, uma terra pra florir.
Extraio da vida o que alimenta, mesmo quando a corda arrebenta.
Quando a planta murchar já é hora de regar.
Viver sem pesos é preciso, vivo à medida que floresço.
Enfim, na vida...medir, talvez seja melhor que pesar.