SEM RUMO, SEM RIMA
Ontem nos jornais eu vi, na TV assisti,
Hoje, entre sites que eu abri, entre notícias que eu li,
Tristezas senti.
São tantas as manchetes aterradoras,
Um buraco gigante se fez, num abismo infinito,
Vozes emudecidas, gritos sem eco, injustiças, sem fim,
Leis nem côncavas e nem convexas,
Do lado de lá e também por aqui.
De norte a sul, de leste a oeste.
É a peste, é a peste, é a peste!
Líderes incautos, egoístas, insensatos,
Insanos, desvairados, negacionistas,
Oportunistas, ditadores, fascistas
Tacanhos, vermes, cafajestes.
É a peste, é a peste, é a peste!
Um vazio na alma, um nó na garganta, boca seca
Um sabor de fel, uma falta de não sei o quê.
Com tantas notas de atrocidades,
Humanos subjugando humanos,
Sem piedade, sem o temor celeste.
É a peste, é a peste, é a peste!
Fome, sede, frio, dor, terror
Destruição da flora e da fauna,
Queimadas, devastações,
Ignorância, ambição, violência, ódio, nenhuma flor,
Só ramos secos de um cipreste.
É a peste, é a peste, é a peste!
Uma canção sem emoção,
Uma emoção sem compaixão
Ódio sem razão, realidade sombria,
Dia sem brilho, noite fria, sem veste.
É a peste, é a peste, é a peste!
É como uma história com um macabro enredo
um romance sem personagem, sem herói, somente o medo.
O amor está morrendo e o mundo à deriva
Sem poesia, sem rumo, sem rimas,
Perdidos estamos, fato inconteste.
É a peste, é a peste, é a peste!