Prognóstico da violência
Genocídios escancarados,
O que antes acontecia escondido –
Hoje ocorre à luz do dia,
Quem diria.
Perseguições –
Julgamento –
Racismo –
A demanda do narcisismo.
A morte à espreita,
De olho em cada esquina.
Sobreviver –
Estratégias de guerrilhas,
Aprender, triste sina.
Desde cedo,
O prognóstico da violência.
A polarização,
Cidadãos de bem –
Tecendo o ódio,
Em suas teias –
Enveredam o pavor.
A população simples,
Antes tachada de vermes –
Por uma elite sórdida,
Sanguinária.
Vivem uma realidade paralela,
Enquanto, os ricos,
Munidos pela ganância –
O luxo no metaverso.
Grande parcela,
Tendo o salário mínimo –
Como desafio.
Ignora a própria sorte,
Usada como degraus –
Pela minoria.
Quando menos se espera,
Vem o descarte.
Como um troço qualquer,
Peça descartável.
A velha massa falida,
Modulada –
Amassada –
Sem o menor conforto.
Desprovidos –
À míngua –
À Deus dará –
Sovada.
Como gados marcados,
Sem a menor proteção.
Nem a pretensão,
Em acordar da ilusão.
Patéticos –
Alucinados –
Na engrenagem do retrocesso,
Fria e enferrujada.
Pessoas do outro lado,
Convivendo amedrontadas.
Buscando o abrigo,
Fugindo do perigo.
Não pode se deixar enveredar –
Pela baixa energia.
Antigas questões,
Voltam a tona –
Para serem resolvidas.
Borbulhando como ameaças,
Entornando o caldo.
Quando teremos o reverso,
A paz – O rescaldo?
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