Soneto 02/12
Não me pergunte quem sou realmente
ou me submeta ao olhar inquisidor.
A verdade é que sou um espaço amorfo
multiplicando-se no vazio da resposta.
Sou o silêncio que indaga a certeza
e as chagas da substância emaranhada
pelas circunstâncias de uma vida
cuja a ciência alimenta o absurdo.
Nessa incompreensão me resguardo,
seguindo pela via que leva ao peito
e não encontra nenhum coração.
Chegarei ao ponto de olhar reflexos
para buscar uma imagem sincera
que me caiba entre a multidão?