Soneto 02/12

Não me pergunte quem sou realmente

ou me submeta ao olhar inquisidor.

A verdade é que sou um espaço amorfo

multiplicando-se no vazio da resposta.

Sou o silêncio que indaga a certeza

e as chagas da substância emaranhada

pelas circunstâncias de uma vida

cuja a ciência alimenta o absurdo.

Nessa incompreensão me resguardo,

seguindo pela via que leva ao peito

e não encontra nenhum coração.

Chegarei ao ponto de olhar reflexos

para buscar uma imagem sincera

que me caiba entre a multidão?

Eduardo Becher
Enviado por Eduardo Becher em 02/12/2022
Reeditado em 02/12/2022
Código do texto: T7662540
Classificação de conteúdo: seguro