O menino do arame farpado
Talvez tivesse que acontecer, talvez envelheceu quando olhou-se no espelho, sabia que já não seria mais o mesmo,
Aquele rasgo no seu rostro de menino também feriu sua alma, o caminho que se abría tão sutil no meio do mato onde passava todos os dias tinha sido abruptamente cercado.
Sem avisos , sem explicação, ninguém alerta quando se fecham espaços, quando a inocência se perde na dor.
E agora lembrava do brilho do sol naquela manhã quando ia em direção ao colégio, esse mesmo sol que o enganou incidindo nesse arame farpado quasse límpido e mortal,
E depois o sangue molhando seu rosto,
Um peixe na rede,
Um menino no arame,
Tanto faz quando se tem sete anos...