O menino do arame farpado

Talvez tivesse que acontecer, talvez envelheceu quando olhou-se no espelho, sabia que já não seria mais o mesmo,

Aquele rasgo no seu rostro de menino também feriu sua alma, o caminho que se abría tão sutil no meio do mato onde passava todos os dias tinha sido abruptamente cercado.

Sem avisos , sem explicação, ninguém alerta quando se fecham espaços, quando a inocência se perde na dor.

E agora lembrava do brilho do sol naquela manhã quando ia em direção ao colégio, esse mesmo sol que o enganou incidindo nesse arame farpado quasse límpido e mortal,

E depois o sangue molhando seu rosto,

Um peixe na rede,

Um menino no arame,

Tanto faz quando se tem sete anos...

Diego Tomasco
Enviado por Diego Tomasco em 01/12/2022
Código do texto: T7662023
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