desassossego
Eu pensei em escrever mais um poema
Preencher de porém
De dessasossego
Pra quê?
Só pra me envergonhar assim que percebo que as coisas existem,
que as coisas não existem
que as palavras amargam
que são bobas e ridículas?
Nem sei mais se é poema, se é súplica, se é o suspiro gelado mesmo no verão. Se é o não se importar com o jogo do Brasil na copa
Se é o pensar que o jogo que importa,
sempre esteve derrota,
sempre esteve empate,
sempre nunca começou.
Se é o acordar com náusea de viver
Um cansaço que vem que vai
Um zanzar pela casa
Um esperar do incerto
Só espero que esse amontoado de palavras não se empilhe pegando poeira
Não fique esperando teu sopro
Mas eu sei que vai