Epifania
Não vou mais à Buenos Aires no outono porque as árvores parecem mortas e sem mim não há dia aonde quer que eu vá. Não vou andar na Recoleta nem perambular como uma mãe que espera o filho que nunca mais irá voltar. Nem o tango e nem Gardel ou o espanhol afiado à me cantar sobre a crise por amar e se deixar levar. Ou o flâneur que escreve poesia todo dia na esquina a pensar na mulher que deixou pra lá. O taxista me diz buenos dias como estás e eu respondo sei lá talvez eu volte à Argentina no verão pra buscar o que deixei pra traz.