O Fio
E foi assim, como, ao abrir a mão um nada dela escapasse!
Um fragmento de flor flutuando, levado pelo vento. Você escapou, nem disse adeus!! Deixou uma angústia, um nó na garganta, um aperto no peito…um horrível sentimento de que nada mais vale a pena!! De repente, ao abrir a porta, nada faz sentido porque ao entrar por ela, o que há é um vazio, por onde quer que eu percorra, em todos os cantos, algo está faltando!!
Minha mão busca a sua, meu corpo o teu! Minha voz ecoa perdida, sem retorno! Desperto encolhido, tentando me dobrar, buscando desesperado voltar!! Não há para onde!! Não há sequer para quê! Ergo a mão que busca, implorando a alguém que a pegue, que a puxe, suportando todo o peso que ela transporta! Contemplo a mão que implora, dou-me conta de quanto é patético o desespero, de quanto é inútil a angústia, recolho esta mão, enxugo a lágrima que insiste em rolar, fruto do abandono, agarro-me a todo o conjunto de sentimentos, teço uma corda imaginária e por ela percorro o caminho que me levará a frente!!
Árduo, dolorido e vagaroso! Um passo após o outro, livro-me do nó, desatando-o…
Para logo a frente, um outro fio encontrar!!
Blaster
22112022