A própria sorte
Notas frias e calculistas –
Inverossímeis –
Jogadas na mídia,
Causando alardes.
Fazendo o rio sair do curso,
Traçando os trajetos –
Das inverdades.
Na ilusão mistificada,
Jogados em terra de ninguém.
Não há o potencial –
Avassalador –
Para a transformação.
Inóspitos –
Entregues a própria sorte,
Propícios a qualquer mal.
Diante dos nossos olhos –
O caos,
Em crescente covardia.
A dualidade dos momentos,
Os disparates em ascensão.
Fomentando os malefícios,
No desenvolvimento humano.
As ameaças,
Não mais veladas –
Tomando cor e forma,
Na centralização do poder.
O falso caráter,
Moldado na falta de empatia.
Alimentando com a mentira,
Desmerecendo o valor crucial –
Da vida.
Na gentrificação,
Na desaceleração do acolhimento.
Intrigas e mais intrigas,
Sendo geradas –
Por detrás das cortinas,
Sombrias nuvens de fumaça.
Os baderneiros espalhados,
Fazendo arruaça.
Em vidas alheias,
Impregnando a desgraça.
Sobrevivemos –
Em dias imperfeitos.
Com a realidade,
O ponto de colisão.
As virtudes por um fio,
As atitudes desordenadas.
Qual garantias –
Se é que possuímos –
De que algo possa mudar?
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