A própria sorte

Notas frias e calculistas –

Inverossímeis –

Jogadas na mídia,

Causando alardes.

Fazendo o rio sair do curso,

Traçando os trajetos –

Das inverdades.

Na ilusão mistificada,

Jogados em terra de ninguém.

Não há o potencial –

Avassalador –

Para a transformação.

Inóspitos –

Entregues a própria sorte,

Propícios a qualquer mal.

Diante dos nossos olhos –

O caos,

Em crescente covardia.

A dualidade dos momentos,

Os disparates em ascensão.

Fomentando os malefícios,

No desenvolvimento humano.

As ameaças,

Não mais veladas –

Tomando cor e forma,

Na centralização do poder.

O falso caráter,

Moldado na falta de empatia.

Alimentando com a mentira,

Desmerecendo o valor crucial –

Da vida.

Na gentrificação,

Na desaceleração do acolhimento.

Intrigas e mais intrigas,

Sendo geradas –

Por detrás das cortinas,

Sombrias nuvens de fumaça.

Os baderneiros espalhados,

Fazendo arruaça.

Em vidas alheias,

Impregnando a desgraça.

Sobrevivemos –

Em dias imperfeitos.

Com a realidade,

O ponto de colisão.

As virtudes por um fio,

As atitudes desordenadas.

Qual garantias –

Se é que possuímos –

De que algo possa mudar?

***

Blog Poesia Translúcida

Fabby (ana) Lima
Enviado por Fabby (ana) Lima em 19/11/2022
Código do texto: T7653371
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