O oceano não tem pressa em ondular suas águas
Percebe, no tempo certo, o sopro firme dos ventos
Aguarda em sua imensidão o desaguar dos rios
Que esperam com benevolência as nuvens derreterem
Depois de terem recebido os vapores quentes da terra
Que sucumbiram após o abraço aconchegante dos raios do sol
Tímidos e fortes, se esquivando do céu nebuloso
Engendrado pela fria e acalentada noite sedutora
Tudo tem seu tempo, imerso em razoabilidade
O atrasar ou adiantar da ordem impacta no resultado final
A felicidade desmedida, desesperada, tangencia o pânico
O medo irrefutável é um fruto diferente da realidade
Pouco tempo para amar, muito tempo para aprender a demonstrar
E nesse labirinto de atalhos e travessias
Saber o ponto certo requer tranquilidade, autarcia
Requer sobriedade para definir hora e momento
Discernir incômodo e dor, alegria e euforia
Tirar a mão sem precisar meter os pés
Pisar no passado sem pisotear corações
Transbordar a vivência com maturidade e paciência