Socorro
Meu peito está sendo corroído aos poucos pelo bichinho da morte. Sua? Minha? Da humanidade? Não sei. Os pequenos buracos feitos por esses carunchos malditos vão se juntando e formando vales de dor. As lágrimas os enchem, com rios de amargura . Tamanha é a atividade que meu peito parece que vai explodir de tanta dor. Minhas vísceras vão sendo dilaceradas aos poucos pelo rio, que quer se expandir. Não tenho trégua. Preciso respirar, mas está difícil. O ar já não encontra mais moradia. Num peito inundado pelos rios, já vários, que se ramificam rapidamente. A água encontra espaços para ocupar sem piedade.
Tento pedir socorro, mas a falta de ar me impede de falar…
Só os gemidos de dor intensa saem do meu ser e ocupam o meu redor.
S..o..c..o…
S…o..c..o..r…r..o
Só corro!