Balé de letras
Contigo a bailar uma surda valsa, mudo o passo e vou mais lenta, quase em tango, um mambo.
Passo a mão pela cabeça e um pensamento sai do cérebro e vai para o coração, transformado em sentimento.
Abrigo meu olhar em tuas retinas e me achego a teu peito, respiro fundo e é ali que me esqueço do mundo.
Contigo em surda valsa, bailo meus dedos pelas tuas costas, a imprimir meu toque em seu dorso.
Brinco teu nome pelos meus dentes e beijo o perfume dos teus cabelos, pelos.
Ergo um vinho em brinde eterno e bebo um gole de tuas palavras.
Então a valsa se torna em sonhos e os dias se tornam concretos apenas no bailar de meus dedos forjando letras.