O povo que sangra é o que guarda a floresta.
Difícil escrever sobre um povo que sangra.
Talvez mais difícil ainda seja escrever sobre a floresta amazônica que está sendo religiosamente devastada, incendiada, vilipendiada.
Dói pensar nos ideais de vida e luta dos bravos que foram assassinados:
Chico Mendes
Dorothy Stang
Bruno e Dom
Sensação de perda de identidade, sensação de luta vã.
Que não sejam vãs as esperanças de um povo em corpos indígenas nus depositadas.
Que não percamos as esperanças quando o mal parece vencer o bom, o belo e o gentil e amoroso jeito de pensar e ser.
Que tenhamos forças e resistência para não desistir e que consigamos enfrentar toda a força negativa que ainda virá.
Porque ainda não acabou.
O mal por hora parece ser o que vingou.
No entanto a angustia que aperta o peito e sufoca a garganta quer eclodir em gritos cadenciados de revolta e rejeição ao mal que ainda impera nas terras abençoadas por Deus, dizem, e ainda esquecidas pelos homens ávidos de poder e cobiça.
Sejamos todos, a uma só voz, os defensores dessa terra rica e do povo dela originário.
O povo que guarda a floresta chora a morte de Dom e Bruno.
O povo que guarda a floresta chorou por Chico Mendes.
O povo que guarda a floresta chorou por Dorothy Stang.
Lutemos nós todos pela floresta, para que não se repitam mortes em nome da cobiça, contra a vida e a natureza bruta e bela, essencial.