O novo Eu

Me perco, me acho, me prendo

O passado é idêntico ao futuro

Me enxergo em seus olhos e percebo que não sou mais

Eu já fui você

Às vezes me pergunto se me deixei levar pelas mágoas

Pela dor de me pertencer

A dor de querer me estar

O luto dessas águas são por continuarem estáveis, sem a turbulência das correntes

Sendo que se esquecem que uma hora elas evaporam... Evaporam...

Levitam... Se transformam...

Caem... Se renovam...

Ou será ilusão?

Como é possível tudo voltar ao mesmo estado em um ciclo?

Não sei algo mais infinito do que a incerteza, do que o desejo de não ser

De deixar de ser, existir

As águas talvez tenha sorte por ter várias vidas, ou talvez seja uma maldição não conseguir ser o que se é

Talvez eu continue no mesmo ciclo, de não me achar, de me encontrar presa no mesmo parágrafo, como se desse pra enxergar o agora.